Blog de todos e para todos aqueles que querem descansar a mente em puros momentos de ANESTESIA MENTAL... PS: O politicamente correcto não tem lugar neste blog. A gerência agradece!

03 agosto 2006

Admiração...

É o sentimento que Michael Moore me desperta. Confesso que era para mim um completo desconhecido até à realização do seu grande sucesso "Fahrenheit 9/11", é neste momento uma das pessoas a nível mundial cuja carreira sigo com interesse, talvez por defender a mesma teoria que eu: apesar de toda a riqueza e poder que detêm, os EUA não passam de um país terceiro mundista e bárbaro! Ou nas palavras do próprio Michael Moore: "Daqui a uns 400 anos, os historiadores olharão para nós como se tivéssemos sido uns bárbaros, mas por hora somos apenas um motivo de chacota do mundo Ocidental."
Depois de ter visto e revisto esse grande sucesso de bilheteira, resolvi descobrir quem era Michael Moore. Foi assim que descobri um dos melhores e mais apaixonantes livros que eu alguma vez pus a vista em cima: "Stupid White Men.. and other sorry excuses for the state of the nation!", onde Moore destrinça e analisa todas as alarvidades e estupidezes realizadas pelos americanos nos últimos anos e onde desmonta todas as habituais desculpas para eles serem assim.
A última obra deste génio do documentário crítico tem o nome de "Will they ever trust us again? Letters from the war zone" e relata a vida dos soldados americanos no Iraque na primeira pessoa através dos relatos contidos em cartas enviadas por estes a Moore.
Para breve está prevista a saida de um novo trabalho do mestre intitulado "Sicko" e que irá retratar a estranha e corrupta conduta das empresas de seguros de saúde nos EUA, onde qualquer pessoa pode morrer porque pura e simplesmente o seu seguro não cobre o preço de um dado remédio! É este o valor que esta grande nação, terra da liberdade e da oportunidade, dá à vida humana...
Mas serve este post para me penitenciar perante a minha consciência por um facto do qual apenas me apercebi ontem: ainda não conhecia o melhor documentário de Michael Moore! Pois é, para quem pensou que Fahrenheit 9/11 era o expoente máximo de Moore desengane-se...não acreditam? Então vejam Bowling for Columbine, um documentário de 2002 que venceu o Óscar da Academia para melhor documentário (percebem agora o porquê de me penitenciar?...), que tem como base o massacre no liceu Columbine ocorrido a 20 de Abril de 1999 perto de Denver e a partir daí procura encontrar as razões que conduzem os americanos à violência, com especial ênfase na problemática do controlo de armas. É um retrato fiel do que é o "American Way of Thinking", e onde um actor consagrado como Charlton Heston (Ben-Hur de 1959 que ganhou 11 Óscares da Academia, entre outros) não fica muito bem na fotografia. Para além disso, é fenomenal nas comparações que realiza com outros países e nos argumentos utilizados para rebater as teorias generalizadas defendidas pelos americanos para justificar essa violência. Segundo as palavras de Moore: ""Bowling for Columbine" is an alternately humourous and horrifying film about the United States. It is a film about the state of the Union, about the violent soul of America. Why do 11,000 people die in America each year at the hands of gun violence? The talking heads yelling from every TV camera blame everything from Satan to video games. But are we that much different from many other countries? What sets us apart? How have we become both the master and victim of such enormous amounts of violence? This is not a film about gun control. It is a film about the fearful heart and soul of the United States, and the 280 million Americans lucky enough to have the right to a constitutionally protected Uzi.". Elucidativo...
Serve ainda este blog para questionar (quem quer que seja que se importe com isso...) do porquê da RTP, canal de serviço público (?!?!?!?!), ter decidido passar esta obra prima do documentário crítico à 1 hora na madrugada de quarta (02/08) para quinta (03/08), tendo terminado por volta das 3h30m da madrugada?!?! É normal que o pessoal da RTP (nem todos, eu sei...) não se lembre de um pormenor muito importante na vida das pessoas, mas isso é normal porque como são, para todos os efeitos, funcionários públicos não estão habituados a fazê-lo: HÁ PESSOAS QUE TRABALHAM!!! E assim sendo, é dificil haver alguém que fique até às 3 da manhã a ver um documentário sabendo que tem que ir trabalhar no outro dia, por muito bom que ele seja! Eu pertenço à definitivamente escassa minoria que viu o documentário do inicio ao fim e está neste momento a morrer de cansaço no local de trabalho (eu sei que não é o melhor dos exemplos...mas valeu a pena, acreditem!).
De qualquer forma, fica aqui a minha homenagem a um homem que não tem medo de remar contra a corrente e que, sem deixar de ser americano, sabe manter o seu espirito critico bem vivo, procurando desmascarar situações que nem sempre são como tão claras e lineares como as querem vender.
P.S.: Para mais informações visite www.michaelmoore.com.

   
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